quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Extrapolação do limite legal: isso atende aos requisitos exigidos da Gestão Pública?

De acordo com a Lei n° 4009/1994, mais conhecida como “Estatuto dos servidores públicos do município de Cachoeiro de Itapemirim”, há definições quanto às modalidades de cargos e suas particularidades. 

No tocante aos cargos em comissão, de acordo com o parágrafo 3º do Artigo 5º, eles são direcionados ao atendimento da direção, chefia ou assessoramento. No Artigo 6º está definido que estas funções devem ser assumidas preferencialmente por servidores de cargos de carreira técnica ou profissional, em casos previstos em Lei, que não é especificada no referido dispositivo. 

Sai gestão, entra outra, e o que vemos na prática é algo totalmente diverso do que está nos dispositivos legais acima citados. 

Um entendimento do Ministro Lewandowski da Súmula Vinculante n° 13 prostituiu o Art. 37 da Constituição e o nepotismo deixou de ser crime. Pior ainda é ver “conservadores” – ou melhor, conservadios – defendendo estas aberrações do STF.

Pergunto a você, eleitor e pagador de impostos, que assim como eu, pensa com a própria cabeça e já está cansado de ser enganado por falsas promessas em época de campanha: você votou em um Advogado pra fiscalizar o Executivo ou pra ser Secretário de Saúde? Você votou em um Dentista pra ser um fiscalizador dos serviços relacionados à saúde ou pra ser Secretário de Cultura? 

Agora me dirijo a você, servidor público, que já deve ter entre 10, 15 ou mais anos de serviço, com vasta experiência no seu setor: você acha prudente ser chefiado por alguém que entende menos de 10% do que você estudou a vida inteira e que tem menos de 5% da capacidade que te foi exigida no estágio probatório e que ainda lhe é exigido diuturnamente?

É por essas e outras que eu gostaria muito que todos os cargos públicos fossem por concursos públicos. Assim, evitaríamos tanto a ineficiência, quanto as vantagens indevidas e nepotismos que sempre encontram uma brecha satânica na Lei para continuarem acontecendo!

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

E a “tolerância” das minorias chegou no Projeto Casa Verde

Lendo uma Ata do Conselho Municipal de Política Cultural de Cachoeiro de Itapemirim no Diário Oficial de hoje (10/12), deparei-me com uma fala proferida pela Sra. Jovânia Lima Valiati (indicada pelo Projeto Casa Verde para a cadeira da Música) em que ela levantou uma questão relacionada à pontuação que seu projeto recebeu no quesito “ações afirmativas”e relatou que alguém a informou que para ser pontuada “precisava colocar um negro, um índio ou um LGBT na Casa Verde”. Em seguida, ela mencionou que os Editais não estão recortados, mas sim, retalhados.

Em sua retratação, Jovânia informou que a sua fala estava se referindo à Presidência da Diretoria do Projeto Casa Verde, pediu desculpas pelas palavras mal colocadas, mas também pediu o afastamento do Conselheiro ocupante da cadeira de Teatro, o Sr. Marco Antônio Reis, que segundo ela, foi para o Youtube atacar o Projeto Casa Verde com a alegação de “Casa Verde – Senzala” e o vídeo foi replicado no Instagram e no WhatsApp.

Lucas Shuina, Presidente do Conselho, afirmou que a fala de Jovânia não é aceitável em nenhum contexto e que as instituições têm que começar a colocar as minorias em suas Diretorias a fim de tirá-los de uma posição de subalternos.

Cara Jovânia, o seu erro foi ter simulado fraqueza ao pedir desculpas por uma fala que outras pessoas tiraram do contexto, pois o seu pedido de perdão deu poderes para que pessoas que nunca fizeram parte do projeto Casa Verde desde o início e nunca patrocinaram nenhuma de suas necessidades agora se sintam no direito de obrigá-los a aceitar na Diretoria qualquer um que se sentiu oprimido com a sua fala.

Quanto ao outro Conselheiro, o Sr. Marco Antônio Reis, que chamou a Sra. Jovânia de “kkk fascista”, vamos aguardar para ver se o Presidente do Conselho dirá que a ofensa proferida não é aceitável em nenhum contexto e que o Conselho Municipal de Política Cultural deve começar a colocar na Presidência alguém que foi chamado de “fascista” porque faz parte de uma minoria dentro da referida agremiação.















Fonte: Diário Oficial de Cachoeiro de Itapemirim 10/12/2024. Disponível em: https://diario.cachoeiro.es.gov.br/uploads/dio/publicacoes/2024/diariooficialpmci7200-1733785352.pdf