sexta-feira, 1 de novembro de 2024

A bolha Católica e o desrespeito

Estive acompanhando alguns vídeos sobre o fenômeno virtual chamado “bolha Católica” e compreendo perfeitamente todas as críticas que foram levantadas, haja vista que na vida real é que vemos grandes disparidades entre o que se diz na internet e o que se faz longe das câmeras.

Quando nasci, já existiam as Comunidades Eclesiais de Base e nunca tinha ouvido falar de Missa Tridentina, que mulher deveria usar somente saias por serem roupas exclusivas para o sexo feminino, que o uso do véu ao entrar nas Igrejas era obrigatório, que as famílias deveriam ser numerosas, enfim, fui criada em um contexto completamente diferente do que encontrei nas chamadas “bolhas Católicas”.

Ninguém naquela época bateu à porta da minha casa para me dar Catequese sobre a Tradição Católica. Tudo o que chegou até a mim foi através da internet quando eu tinha quase 30 anos, seja em grupos de Facebook ou sites como o do Padre Paulo Ricardo, por exemplo. 

E durante todo esse tempo em que fiquei acessando esses grupos virtuais, o que mais encontrei foram julgamentos, ares de soberba e perfeccionismo misturado com mundanismo que em nada agregam na formação intelectual e espiritual de nenhum Católico. Muitos querendo se arvorar “doutores virtuais” só pelo fato de terem lido – será que leram mesmo? - alguns Santos da Igreja como Santo Agostinho, Santo Tomás de Aquino e São Josemaría Escrivá. Pior ainda foram as caricaturas de Olavo de Carvalho que encontrei. Homens jovens com um charuto fedorento na boca e com suspensórios se achando o máximo por exibirem uma personalidade completamente forçada. Nada contra o Olavo. Ele escreveu excelentes artigos e livros, mas o fã clube virtual é por demais insuportável e infrequentável. 

Os leigos virtuais que se acham os convertidos vivem vendendo cursos de tudo e acabam ofuscando os Padres que possuem apostolados de verdade e que não fazem isso visando lucro ou status. Criam um entulho virtual que exaspera as pessoas de boa vontade e tira delas o básico, que é viver a vida real com todos os seus percalços. 

A quem está chegando agora na Igreja Católica, recomendo uma fala dita pelo Olavo de Carvalho em uma de suas aulas de Filosofia: “vá à Missa, confesse, comungue e saia correndo de lá. Não converse com o Padre, não converse com as pessoas, pois você não sabe em que chão está pisando, e a confusão mental que reina nesses ambientes é a mesma do restante da sociedade.”

Garanto-te que esse conselho vai te libertar de muitas coisas, entre elas: uma autocobrança desnecessária; a carência de querer fazer parte de panelinhas que em nada agregarão na sua Fé; uma pressa demasiada em aprender tudo sobre a Fé e a História da Igreja; de ficar gastando dinheiro com um monte de cursos e livros que você não vai dar conta de assistir e ler; de ficar colocando caraminholas na cabeça em cada profecia maluca que ver em algum blog de quinta categoria; de ficar demonizando tudo em vez de procurar uma profissão e pagar suas contas; de ficar se iludindo com “teologia da prosperidade” Católica só porque tem gente na internet se achando o abençoado por ter muitas posses e te vendendo ilusões travestidas de cursos; entre muitos outros pontos relacionados.

Portanto, pax et bonum e siga sua consciência!

Nenhum comentário:

Postar um comentário