É fato que as especulações servem para manipular opiniões a fim de definir um trajeto a ser seguido para se alcançar a meta esperada. Seja na política ou nos negócios, quem sai ganhando é sempre quem paga mais para as especulações ganharem corpo e alcançarem o máximo possível de pessoas, sejam estas entendidas do assunto ou não.
E até que o atingido negativamente por elas consiga exercer o seu direito de resposta, dificilmente convencerá a grande massa de que tudo não passou de uma especulação bem paga. É como a história da mulher fofoqueira que foi se confessar com o Padre e recebeu como penitência juntar as pequenas penas de uma galinha, jogá-las do alto da torre da Igreja e depois catá-las. Quando uma fofoca se espalha, é difícil desfazê-la totalmente.
Em matéria de política em que os ânimos se afloram pela fatia maior do bolo – o poder – chegam até a parafrasear Fernando Pessoa no “tudo vale a pena quando a alma não é pequena” apenas para se blindar em um verniz de altivez e superioridade a fim de passar para os incautos a sensação de que não há mais concorrência que supere seu brio.
Outros já não parafraseiam, mas perifraseiam nos típicos rodeios de quem espera o momento certo para dar o bote. Nem sempre respostas simplistas revelam inteligência. É preciso rebuscar no discurso para que se perceba a complexidade de uma disputa e como o equilíbrio é necessário para que a estratégia não seja perdida.
E assim, vamos observando e aprendendo que tudo é um jogo de xadrez e só quem vence, de verdade, não é o verdadeiro ou o falso virtuoso, mas quem tem jogo de cintura e estômago o bastante para “tolerar” o extremo oposto e só exercer o seu direito de resposta de modo que não precise falar muitas palavras para defender a essência e a superioridade de suas ideias.
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