quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

É necessário ter sabedoria diante dos lobos!



















De acordo com o jornal “Gazeta do Povo” (14/02/23), o CNJ de Minas Gerais instaurou dois processos disciplinares contra a Juíza da Vara de Infância e Juventude de Unaí-MG, a Drª Ludmila Lins Grilo. Os motivos alegados são as críticas que ela fez contra o inquérito das “fake news” e suposto desleixo na gestão dos processos de sua responsabilidade.

Os 15 integrantes do CNJ reprovaram as condutas da referida juíza e acompanharam o parecer do Corregedor-Nacional de Justiça, o Dr. Luís Felipe Salomão, que alegou que a magistrada “[…] não cumpre seus deveres básicos, deixando de comparecer no fórum mesmo sem tendo autorização para exercer teletrabalho, negligenciando a gestão do cartório e deixando de fiscalizar os atos de seus subordinados. Ao invés de priorizar a execução desses deveres de gestão, a magistrada participa de inúmeras atividades na internet, com participações em redes sociais, entrevistas, lives, aulas onde se obtém remuneração”. 

Em sua defesa, a Juíza afirmou que após receber inúmeras ameaças de morte, recebeu um documento do gabinete de segurança institucional do TJ-MG recomendando “redução no nível de exposição” e “ações que evidenciem a localização imediata e posterior da vítima”. Pontuou ainda que o CNJ e o TJ, além de promover sua “assassinato de reputação” nada fizeram pela sua segurança pessoal e ela própria teve que prover os meios necessários para sua segurança.

Contra estas alegações da Juíza, a Desembargadora Salise Sanchotene afirmou: “Já fui ameaçada como juíza criminal, que sou há 30 anos. E acho que é incompatível quem está numa situação como essa, ter um excesso em redes sociais, por exemplo. Isso não é aceitável. E todos os magistrados que passam por esse tipo de situação continuam fazendo audiência dentro do fórum, indo despachar coordenando os trabalhos da secretaria. É uma função que deve ser coordenada pelo juiz, é o gestor máximo da unidade”.

Que a Juíza Ludmila não tenha razões para discordar isso é indiscutível, afinal de contas, até mesmo certidão do TJ-MG comprovando que ela deu conta de julgar todos os processos de sua responsabilidade ela apresentou, o problema é que, em razão de seu cargo, ela deveria ter exposto menos as suas opiniões em redes sociais e ter deixado para que os jornalistas conservadores façam esse trabalho.

Diante do exposto, cabe aquele conselho bimilemar que o próprio Cristo deu aos seus discípulos: "Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois, prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas." (São Mateus 10, 16)


Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/cnj-afasta-juiza-por-criticas-ao-inquerito-das-fake-news-e-suposto-desleixo-na-gestao-dos-processos/

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