Iniciou a entrevista fazendo uma análise do Brasil antes e depois da pandemia, explicando as razões pelas quais o país não conseguiu atingir as metas de arrecadação desde 2020. Citou a corrupção como um dos principais problemas, pois os gastos públicos vêm subindo a mais de 40 anos.
Como medida para retomar o desenvolvimento econômico do país, propõe a abertura do mercado e as privatizações. A pandemia impactou como a Grande Depressão de 1930. Os gastos do Brasil subiram de 19 a 26% do PIB. A economia brasileira demonstrou bastante resiliência. O Brasil está, praticamente, na mesma posição econômica de antes da pandemia.
Paulo Guedes mencionou o aumento descontrolado da previdência e o corte de privilégios para equilibrá-la. Informou que, ao entrar no Ministério da Economia, sabia das áreas que precisavam ser equilibradas, mas quem traz o assunto da mudança no momento é a política. A previdência possuía um abismo final.
Foram desestatizados 240 bilhões que representam as estatais. Os recursos foram enviados para os estados e os municípios e os salários do funcionalismo público nos três poderes não sofreram aumento. As empresas subsidiárias foram privatizadas.
Quando jovem, Paulo Guedes observou que a economia brasileira era muito dinâmica, trazia pessoas de vários países, mas depois de um tempo, com o dirigismo e as estatizações, formou-se um establishment que ele vê como um empecilho para sua agenda liberal.
A Reforma Tributária deve ser feita quando a arrecadação sobe.
Ainda há a hegemonia social-democrata.
As reformas foram interrompidas pois o Senado se envolveu com a CPI da covid.
A Reforma da Previdência foi aceita pois a população já estava madura o bastante para entender.
O Brasil caiu 3,9%, mas cresceu 4,5%.
No Brasil, 106 milhões são economicamente ativos. 46 milhões são registrados na CLT, desse percentual, 13 milhões são funcionários públicos dos três poderes. 33 milhões são funcionários da iniciativa privada. Dos outros 60 milhões, 22 estão nos programas sociais, os demais eram invisíveis, subentendendo-se serem vendedores ambulantes.
Temia-se o desequilíbrio econômico e o caos. Foi criado o Auxílio Emergencial visando cadastrar estes considerados invisíveis.
Paulo Guedes relatou que na reunião da G-20, subestimavam o crescimento do Brasil e superestimavam a si próprios. O Brasil caiu menos, cresceu mais, vacinou mais e teve um desenvolvimento sem hipotecar as próximas gerações.
Paulo Guedes considera desonestidade intelectual não considerar os efeitos negativos que a pandemia trouxe para a saúde e a economia. A crise hídrica foi um agravante no Brasil. Apesar do passado de corrupção, a Petrobrás teve um crescimento 2 vezes maior que outras petroleiras. Além de desonestidade, ele também vê despreparo intelectual e militância política torcendo pelo caos.
Trabalhou 3 a 4 meses na Reforma Administrativa para a melhoria das categorias da PF, da PRF e a dos agentes penitenciários.
O reajuste na previdência para os militares não gerou gastos para as outras categorias.
As reformas administrativas e tributárias estão emperradas.
Foi elaborado um projeto de estímulo produtivo e qualificação profissional que geraria 2 milhões de emprego em 6 a 8 meses, mas a ideia foi travada no Senado por manobras políticas.
A reforma mais importante para gerar resultados futuros é a tributária.
A privatização da Eletrobrás foi aprovada na Câmara e no Senado. A privatização dos Correios está parado no Senado.
Além destas privatizações, há um cronograma que inclui a privatização dos portos.
A Eletrobrás e a Petrobrás são dois monopólios verticalizados. O PT fez a política de baixar os preços e as quebraram. As estatais são um legado do Regime Militar. O PT também quebrou os fundos de pensão.
Foram descentralizados quase meio trilhão durante a pandemia.
Não faltou recursos para a Educação Básica via FUNDEB.
A população está mais velha e está sobrando recursos da educação em algumas cidades devido a esse fator.
Sobre os repasses para os Estados e Municípios que foram feitos sem licitação e teto de gastos, Paulo Guedes acredita que a resposta virá lá na frente.
Foi feito um pacto entre o Presidente e os Governadores para o uso consciente dos recursos sem empurrar a conta para as próximas gerações.
Os economistas levaram 16 anos para atingir um ligeiro superávit com um déficit de 10%. Paulo Guedes afirma que alcançou esse patamar em apenas 16 meses e a história testemunhará isso.
A Lei Candir foi retomada. Estava parada há anos.
Foi feito o acordo do Mercosul.
A reforma da Previdência estava parada há 30 anos. Foi feita a Reforma Tributária. Foi feito o destravamento dos leilões de petróleo. O Marco do Saneamento estava parado há 6 anos, também foi feito. O Marco Regulatório do gás natural também foi feito. Paulo Guedes enfatizou que é desonestidade intelectual cobrar redução do preço da energia com leis que ainda não foram aprovadas.
Enfatizou a destruição que a pandemia trouxe para a economia e para a saúde. Pediu à mídia que critique os erros do Governo, e não, tudo de bom que fez até o momento. Pontuou que as empresas estatais que davam 40, 50 bilhões de prejuízos por ano, com a privatização, não apenas darão lucros, mas devolverão ao povo o que é do povo.
Embora Paulo Guedes insista nas privatizações como solução para o desenvolvimento econômico do país, o problema não são as estatais em si, mas a corrupção interna que precisa ser combatida diretamente com a punição dos responsáveis e o ressarcimento do erário público.
Fonte:
PAULO GUEDES - DIRETO AO PONTO – 21/02/22. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ljNFN6brVtI>. Acesso em: 31 jul. 2022.
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