sexta-feira, 19 de novembro de 2021

"Dia da Consciência Negra” ou “Dia da Contradição”?

Há 326 anos morreu aquele que a partir 2003 passou a ser considerado como o símbolo da resistência negra contra a opressão dos senhores de escravos. Zumbi foi quem assumiu o comando do Quilombo dos Palmares após o assassinato do seu tio, Ganga Zumba. Antes de ser assassinato, Ganga Zumba havia feito um acordo de paz com o governador de Pernambuco, o que foi visto como traição por alguns quilombolas. 

Por mais que muitos vejam com um certo desdém o livro do Leandro Narloch que trata, de certo modo, em uma linguagem informal da história dos Palmares, ele citou fontes que endossam suas conclusões, e só disse verdades. Zumbi não era bonzinho como a historiografia “oficial” dos livros do MEC afirmam. Ele também tinha escravos, que nada mais eram que camponeses ou outros escravos que eram capturados de outras localidades e eram forçados a permanecer nos quilombos. 

A Professora Silvia Hunold Lara, do Departamento de História da UNICAMP, teve acesso a uma crônica anônima que foi escrita em 1678 após o acordo entre Ganga Zumba e o Governador de Pernambuco, na qual há relatos de que o Governador viajou à Portugal e apresentou seus feitos sobre o referido acordo. 

Além disso, Lara teve acesso a outros documentos originais da época e informou que alguns deles não foram publicados, além das fontes impressas que serviram de base para alguns historiadores, mas que, ao serem comparadas com os originais, apresentaram inconsistências. Como se pode observar, o trabalho de um historiador não se limita à uma leitura ideológica e anacrônica, mas à checagem e comparação de documentos e manuscritos de época a fim de se chegar a uma leitura mais próxima do desenrolar dos fatos.

Uma inconsistência encontrada por Lara foi o uso do nome “quilombo” em vez de “mocambo”, sendo esse último o correto, pois o primeiro está ligado aos acampamentos de guerra de grupos nômades localizados em Imbangala, na África Central. O termo “mocambo” quer dizer “assentamento de fugitivos” o que estaria mais de acordo com a realidade de Palmares. 

Outro ponto destacado por Lara é que a maioria dos historiadores centram numa história militante em que a figura de Zumbi é enaltecida como símbolo de resistência, mas nada sobre os acordos de paz foram publicados na relação de documentos sobre Palmares.

Lara aponta que após o acordo com o Governador de Pernambuco, houve uma mudança dos mocambos para uma localidade chamada Cucaú e a partir de então eles foram considerados livres. 2 anos depois, uma parte dos mocambos liderados por Zumbi rejeitaram o acordo e resolveram ficar em Palmares. Dentro dos conflitos gerados, Ganga Zumba foi assassinado e Cucaú foi destruída. As pessoas que lá moravam voltaram à condição de escravas.

O que percebi, tanto dos relatos citados no livro do Narloch, quanto das pesquisas documentais de Lara é que Zumbi foi o responsável por fazer as pessoas voltarem à condição de escravas. Ficam os seguintes questionamentos: Por que Zumbi foi contra o acordo de paz que seu tio havia feito com o Governador de Pernambuco? Por que Ganga Zumba foi visto como traidor por parte de alguns mocambos? Um povo realmente livre é obrigado a permanecer em um local preso e isolado dos demais povos que consideram diferentes? Em um país de cultura plural, estamos impedidos, pela nossa cor ou alguma outra característica peculiar de termos contato com essa diversidade? Estas são questões que deixo à reflexão de todos!

Que Deus os abençoe, e até a próxima!

Fontes:

JONES, Frances. História de Palmares ganha nova cronologia com análise de fontes originais. Disponível em: <https://agencia.fapesp.br/historia-de-palmares-ganha-nova-cronologia-com-analise-de-fontes-originais/17644/>. Acesso em: 16 nov. 2021.

NARLOCH, Leandro. Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil. São Paulo:  Editora Leya, 2009. Disponível em: <http://www.petecd.ufv.br/wp-content/uploads/Guia-politicamente-incorreto-da-hist%C3%B3ria-do-Brasil.pdf>. Acesso em: 16 nov. 2021.

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Quando um pequeno comércio se fecha, é o pobre que sai prejudicado


Semana passada recebi a notícia do fechamento da loja Comercial Keco aqui de Cachoeiro. Hoje, veio outra relatando mais razões que levaram a empresa a encerrar suas atividades. Trabalhei lá em 2008 e o proprietário é uma excelente pessoa, que, assim como outros brasileiros donos de pequenos comércios, foi duramente prejudicado com essa política do “Fique em casa. A economia a gente vê depois”. 

No entanto, parece que os que reverberaram, inconscientemente, essa ideia descabida em suas mídias sociais não se preocuparam com o depois nem se importaram nem um pouco com o prejuízo que os outros levaram com essa medida de isolamento em massa. O v1rus continua matando, mesmo com isolamento e vacina (sic).

Na notícia de hoje foi citada uma Lei que proíbe o comércio de fogos de artifício na cidade de Cachoeiro. De iniciativa dos Vereadores Allan Ferreira e Sandro Irmão, eles alegaram que o motivo da referida foi evitar transtornos à saúde das crianças e dos adultos autistas, como também, dos animais. Sei que é um assunto delicado, mas a obrigação de cuidar dos filhos com alguma espécie de enfermidade e dos animais domésticos é dos pais. Não é tirando o direito do outro que conquistamos o nosso. 

O comércio em questão é o único do sul do Estado a comercializar fogos de artifício. Que comemoração não os utiliza? Festas de fim de ano, em Cachoeiro, serão silenciosas, infelizmente! Será que vão proibir os fogos em comemorações de Festas de padroeiros católicos também?

Quando um pequeno comércio fecha as portas, é sinal de que pessoas menos favorecidas não terão oportunidade de emprego. Digo isso porque são justamente os pequenos comércios que têm menos exigências para se contratar funcionários, com isso, aquele estudante que sai do Ensino Médio com um curso básico de Informática, por exemplo, tem mais chances de ser aceito em um estabelecimento desse porte do que numa empresa maior que desconfia até da sua alma. 

Fica aqui registrado o meu descontentamento com essa Lei absurda proibindo os fogos de artifício – que espero que seja revogada - e a tristeza por ver mais um importante comércio da cidade sendo obrigado a fechar as portas!


Fontes: 

Após 32 anos no mercado, Comercial Keco fecha as portas em Cachoeiro: https://diaadiaes.com.br/apos-32-anos-no-mercado-comercial-keco-fecha-as-portas-em-cachoeiro/

Loja pioneira no ramo fecha após lei proibir fogos sonoros em Cachoeiro: https://www.jornalfato.com.br/economia/loja-pioneira-no-ramo-fecha-apos-lei-proibir-fogos-sonoros-em-cachoeiro,406092.jhtml 

terça-feira, 9 de novembro de 2021

TENHO ORGULHO DE FAZER PARTE DESTA FAMÍLIA!


Sempre que me sobra um tempo, passo no endereço do Instituto Padre Quevedo no Google Maps pela simples paz que a sede do estabelecimento que dá continuidade ao seu trabalho transmite. Me recordo do que vivi na infância ao achar super estranho um Padre que enfiava alfinete na pele do pescoço, mas nunca imaginava que boa parte do que eu precisava aprender para me livrar de medos bobos, visões errôneas na questão dos instintos e como utilizar a reta razão, questões teológicas mais espinhosas em matéria de sobrenatural e entendimento do paganismo viessem, justamente, dele: Padre Quevedo.

Confesso que não concordo 100% com todos os seus posicionamentos, mas há de se considerar que ele conseguiu mostrar que a Ciência jamais estará acima da Fé, e sim, a seu serviço. Através da Parapsicologia, ele conseguiu estabelecer fronteiras entre o que é natural, embora incomum, e o que é sobrenatural, inexplicável do ponto de vista de nossa limitada capacidade de absorver por completo a grandeza das obras do Criador.

Erroneamente, já foi difamado e classificado como cético e herege, porém, ao ter contato com as suas obras, fui entendendo o porquê de, em pleno século XXI – em que as pessoas deveriam ter a mente mais evoluída tanto espiritual quanto moralmente falando – ainda há uma extrema dificuldade em se enxergar a enorme contribuição que ele trouxe tanto para a Ciência, quanto para a Fé. 

A Ciência não é exata. A Fé menos ainda, se formos analisá-la conforme a nossa limitada capacidade de entendê-la e vivê-la. Somente uma sincera busca em viver aquilo que se aprende da Fé é que pode, gradativamente, levar o ser humano a se despir do orgulho que coloca uma trave enorme em seus olhos e que o impede de enxergar o quanto de conhecimento poderia adquirir se fosse mais humilde e santo. 

Estou há anos-luz de chegar à espiritualidade e a humildade do Padre Quevedo, mas sinto uma ponta de orgulho em ser uma das privilegiadas que conheceu e entendeu suas propostas de Fé e Ciência. Continuo contribuindo com o que posso, para que seu legado jamais tenha fim.

Deixarei abaixo alguns links para quem se interessar em contribuir com a difusão de seu Apostolado.


https://apoia.se/padrequevedoinstituto

https://www.vakinha.com.br/vaquinha/rifa-on-line-livros-de-parapsicologia