Nunca, na minha vida, achei coerente, em nome do combate a uma ideologia totalitária, queimar uma estátua, seja de qual personagem histórico for, em um local público. Isso é, no mínimo, fruto de uma mente doente que precisa de tratamento psiquiátrico.
É evidente que não vamos simpatizar com todas as estátuas que encontrarmos pelo caminho, mas existe algo chamado respeito e se queremos recebê-lo, primeiramente, devemos nos portar como exemplos!
O Fascismo foi uma ideologia totalitária cerceadora das liberdades individuais que ocorreu no Governo de Benito Mussolini na Itália. Teve como simpatizante, Hitler. Ambos já estão mortos e nada temos a ver com a vida nem com a alma deles. “Deixe que os mortos enterrem seus mortos” já dizia Nosso Senhor Jesus Cristo.
Falar da estátua de Borba Gato é, antes de tudo, a manifestação concreta da realidade de uma cidade que, até mesmo, em um projeto que envolve os bairros chamado “Identidade São Paulo”, há um logotipo com a imagem desse personagem histórico.
Como em todos os fatos históricos ocorridos no nosso país em que predomina sempre uma narrativa por demais negativa em torno dos personagens que fizeram parte de determinadas posições de destaque, por questões de maturidade e, até mesmo, de justiça, devemos buscar o conhecimento do outro lado da moeda para termos a oportunidade de desenvolver nosso senso crítico, e assim, emitirmos um juízo de valor de acordo com os nossos princípios.
Pesquisando um pouco sobre Borba Gato, me deparei não com a figura de um santo homem, mas com alguém que, de certo modo, foi importante para a descoberta do ouro, o que desenvolveu exponencialmente não apenas o estado de São Paulo, como também, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e Bahia. O ponto de divergência foi o fato de ter tido escravos negros e indígenas.
Para quem estuda História e tem o mínimo de neurônios sabe que escravidão alguma é aceitável, no entanto, aqui mesmo, no Brasil, negros que conquistaram alforria e posses tiveram escravos. Foi o que aconteceu na Bahia e citarei nas fontes para quem se interessar no aprofundamento.
Mundialmente, desde os impérios mais primitivos, já existia a escravidão. Não importa a cor, tirar a liberdade de um ser humano e transformar-lhe em propriedade Estatal sempre será uma atitude reprovável em quaisquer épocas e/ou contextos. O problema que eu vejo no Brasil é que, em nome do combate a uma ideologia que nem é nossa, muito menos faz parte da atualidade, cometem-se atos delirantes, irresponsáveis e que, futuramente, podem levar outros povos a vivenciar aquilo que, justamente, esses doentes dizem combater.
O ódio gratuito aos brancos é tão notório que, se essas pessoas chegassem ao poder, tenho a absoluta certeza que iriam cometer as piores barbáries contra nós e deixariam até Calígula de cabelos em pé!
Eu mesma já fui vítima desse ódio gratuito. Já me chamaram de tudo, até mesmo, de “privilegiada” sem, nem ao menos, conhecer a minha realidade. Tal julgamento só revela aquilo que lhes falta: empatia e amor ao próximo!
Jamais falarei a favor da hashtag #SoltaoGaloSTJ, porque possuo democraticamente a liberdade de expressão mediante a um fato público e posso emitir discordâncias, e esse rapaz precisa sentir na pele o peso da Justiça humana para que ele perceba que, entre o que ele pensa e o que faz, existe algo chamado respeito ao patrimônio público e isso precisa ser mantido para o bem da ordem social!
Fontes importantes:
De escravo a rico liberto: a trajetória do africano Manoel Joaquim Ricardo na Bahia oitocentista: https://www.scielo.br/j/rh/a/vVQGZGLkpZPhD4z9xKD3yLq/?lang=pt
Borba Gato, quem foi? História, Guerra dos Emboabas e bandeirismo: https://www.eunahistoria.com/2020/08/borba-gato-quem-foi-historia-guerra-dos.html
Galo comparece à polícia para explicar os motivos do incêndio da estátua de Borba Gato: https://www.brasildefato.com.br/2021/07/28/galo-comparece-a-policia-para-explicar-os-motivos-do-incendio-da-estatua-de-borba-gato